SÍNTESE HISTÓRICA
Com
a chegada da Côrte Portuguesa ao Brasil em março de 1808, D. João
sentiu a necessidade imediata de controlar o vasto espólio documental,
relativo à defesa do reino português e de suas colônias, que havia
retirado dos arquivos militares em Lisboa, para que não caíssem nas mãos
dos invasores franceses, e trazido consigo para o Brasil.
Em dia
07 de abril de 1808, por intermédio de um Decreto Real, o Príncipe
Regente D. João criou, no Ministério do Estado, dos Negócios
Estrangeiros e da Guerra, o Real Archivo Militar, para
reunir, produzir e conservar, em bom estado, todos os mapas
topográficos e cartas marítimas do Brasil e dos domínios ultramarinos
portugueses que fossem de interesse e uso dos ministérios e do Regente
lusitano, cabendo ao Conde de Linhares, D. Rodrigo de Souza Coutinho, titular dessa Pasta, impulsionar o projeto.
Para
organizar o Real Archivo Militar foi nomeado como Diretor, pelo Príncipe
D. João, o Coronel João Manoel da Silva, Inspetor do Real Corpo de
Engenheiros que acumulou as duas funções. Em função disso, o Arquivo
Histórico esteve ligado ao Corpo de Engenheiros do Exército até o início
do século XX.
Inicialmente instalado na Casa do Trem, hoje Museu Histórico Nacional, por ocasião da proclamação da Independência, em 1822, teve seu nome alterado para Archivo Militar.
Ao
longo do século XIX, ocupou instalações militares situadas na Fortaleza
de São Sebastião, localizada no Morro do Castelo; na Praça da Aclamação,
atual Campo de Santana; no Largo de São Francisco; no Largo do Moura,
atual Praça Marechal Âncora; na Rua do Lavradio e na Rua do Imperador.
No
período de 1887 a 1908, o Arquivo, já instalado no Quartel General junto
ao Campo de Santana, esteve sucessivamente subordinado à Diretoria
Geral de Obras Militares, a Repartição do Estado-Maior e ao Departamento
Central da Secretaria de Estado da Guerra, futura Secretaria Geral do
Exército.
Em 8
de março de 1934, o Arquivo do Exército foi transformado em Organização
Militar subordinada ao Departamento Central da Secretaria de Estado da
Guerra e em 5 de setembro de 1986, recebeu a denominação de Arquivo
Histórico do Exército.
Por mais de dois séculos, o Arquivo Histórico do Exército vem cumprindo, basicamente, a mesma missão que lhe foi imposta pelo príncipe D. João que é conservar, restaurar e manter a memória institucional, operacional e dos integrantes do Exército Brasileiro e do País.
Em
seus depósitos encontram-se armazenados vasto acervo cartográfico,
iconográfico e documental que retratam a história do Exército e do
Brasil, a partir do século XVI.
Merecem
destaque os acervos cartográficos utilizados nas missões de demarcação
dos limites fixados pelos tratados de Madrid (1750), El Pardo (1761) e
Santo Idelfonso (1777); o levantamento topográfico do Teatro de
Operações do Paraguai, durante a Guerra da Tríplice Aliança, que
permitiu o planejamento das ações militares; e o acervo da Força
Expedicionária Brasileira.
Convém
destacar, também, a importância dos acervos da Guerra do Paraguai, da
Força Expedicionária Brasileira e de Canudos que foram certificados como
Memória do Mundo – América Latina e Brasil - pela UNESCO.
O Arquivo Histórico do Exército realiza, também, importante trabalho de
restauração, preservação e divulgação dos diferentes documentos sob sua
responsabilidade. Para tanto, conta com uma equipe de militares e
funcionários civis especializados em técnicas arquivísticas, bem como
uma equipe de historiadores e pesquisadores que disponibilizam as
informações e os documentos aos interessados no Brasil e no exterior.
Atualmente, o Arquivo Histórico do Exército destaca-se por ser uma das
instituições responsáveis pela preservação da memória do país, sendo
considerada uma Organização Militar arquivística de referência tanto no
cenário nacional e como no internacional.
POSTADO POR: EDMUNDO SANTOS
POSTADO POR: EDMUNDO SANTOS
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